9/14/2020

Questões sobre desenvolvimento sustentável

 


1. Nas últimas décadas houve um grande avanço na gestão ambiental. Descreva alguns fatos marcantes, como por exemplo: documentos, eventos, tratados internacionais etc.

    A década de 60 do século XX é o período em que se tornam mais sentidas as preocupações com a questão ambiental, pois é nele que é publicado o livro “A primavera silenciosa”, de Raquel Carson que a partir de um minucioso estudo faz uma grave denúncia sobre como as ações do homem têm envenenado o meio ambiente. Em 1972, o assim chamado “clube de Roma” elaborou um relatório denominado “Limites ao Crescimento” no qual alerta o mundo sobre a necessidade de repensar a exploração da natureza. O documento foi importante, sobretudo porque chamou a atenção de toda a comunidade cientifica para a questão ambiental, tanto que em 1972 as informações constantes no relatório influenciaram para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento. 

    No ano de 1981 o congresso nacional sanciona a lei 6.938 que estabeleceu a politica nacional de meio ambiente. Em 1987 o protocolo de Montreal pôs fim ao uso de alguns produtos químicos comprovadamente nocivos à natureza. 

    Importante ainda citar o Relatório Brundtland instituído pela Assembleia geral das nações unidas e que permitiu a maior divulgação do conceito de desenvolvimento sustentável. 

    Em 1992 acontece a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92 que produziu importantes documentos como “A carta da terra” e a “Agenda 21”. 

    Dez anos depois, em 2002 aconteceu na África do Sul o evento que ficou conhecido como “cúpula mundial sobre desenvolvimento sustentável” ou “Rio+10” que dentre os seus vários objetivos tinha o de verificar os resultados de compromissos selados pelas nações signatárias durante a Eco-92.

2. O artigo 225 da Constituição Brasileira, diz que...”Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado [...]”. Você acredita que este artigo da Constituição Brasileira está sendo respeitado? Justifique sua resposta exemplificando com alguns casos da sua cidade ou região.

    É possível dizer que em muitos casos o artigo 225 não têm sido devidamente respeitado e é correto afirmar que esse desrespeito advém de agentes públicos que tem dever constitucional de proteger e zelar pelo bom cumprimento deste artigo. Um caso exemplar acontece na cidade de Macapá que possui uma rede esgoto bastante reduzida se a compararmos com o tamanho da cidade, e mesmo essa reduzida rede de esgoto não sofre reparos há muito tempo. 

    Todos os dejetos expelidos escoam diretamente no rio Amazonas poluindo assim a água que mais tarde servirá para o abastecimento da cidade. As autoridades não têm dado a devida importância a este fato, não há nenhum projeto para mudar esse cenário e nenhum debate sobre essa questão. 

    Outro problema recorrente em Macapá e adjacências são as queimadas frequentes no verão. Com o fim do inverno e a chegada do verão muitos agricultores incendeiam suas roças a fim de prepará-las para o plantio, porém esse processo acarreta vários problemas, dentre os quais: a fumaça que invade os centros urbanos prejudicando a visibilidade de motoristas que circulam pela cidade, provocando e agravando a saúde de pessoas com problemas pulmonares. 

    Muitas vezes as queimadas ultrapassam os limites das roças onde foram iniciadas e ganham proporções gigantescas, invadem a floresta, matam plantas nativas e animais silvestres de todas as espécies. 

    Assim como a questão do esgoto, as queimadas também não têm recebido o devido cuidado das autoridades competentes. O trabalho de fiscalização é exíguo e não raro agentes públicos estão envoltos em casos de propina.


3- Cite três impactos ambientais que você considera mais relevantes e quais as medidas que devem ser tomadas para minimizá-los ou eliminá-los.

    O problema das queimadas na Amazônia e o seu consequente impacto ambiental deve ser considerado quando se trata de gestão ambiental no Brasil. 

    As queimadas somente são possíveis por conta da ausência de uma maior fiscalização de atividades no seio da floresta, então é possível dizer que o problema das queimadas pode ser resolvido, ou pelo menos minimizado, se houver maior investimento em fiscalização e monitoramento de atividades suspeitas dentro da floresta. 

    Ainda na Amazônia, mas não só nela, existe uma ação antrópica de catastróficas consequências para o meio ambiente, trata-se das barragens para apresamento de água e produção de energia. 

    As hidrelétricas são formas muito caras e ultrapassadas de se produzir energia e o seu processo de construção demanda enorme sacrifício da natureza, uma vez que áreas verdes são inundadas levando a destruição de espécimes da fauna e da flora. 

    Uma solução possível é o investimento nas assim chamadas “energias limpas” que são mais eficazes, não agridem o meio ambiente e podem facilmente substituir a energia hidroelétrica. 

    O Brasil tem um grande potencial para a produção de energia solar e energia eólica, estas são alternativas muito mais baratas e muito menos poluentes se as compararmos com a energia hidroelétrica. Outro problema a merecer a atenção da gestão pública é o saneamento básico. 

    O Brasil possui uma infraestrutura ínfima de tratamento de esgoto. Os rios estão cada vez mais poluídos por conta do excesso de lixo orgânico e inorgânico despejado em suas águas. 

    É preciso mais investimento em infraestrutura e um projeto abrangente de reciclagem de lixo e criação de estações de tratamentos para pôr fim à ideia de se ter o rio como fim último dos esgotos.


4- Em relação às medidas para reduzir os impactos ambientais que você citou na questão anterior, quais seriam as eventuais dificuldades para a sua implantação? Que alternativas você sugere para superar estas dificuldades?

    Sobre as medidas para reduzir os impactos ambientais resultantes da queima de florestas nativas é preciso dizer que falta empenho por parte das autoridades públicas. 

    Há pouca disposição do poder executivo em arregimentar agentes públicos que cuidem da segurança da floresta. É uma questão um tanto quanto problemática posto que envolve interesses particulares de forças econômicas poderosas, de grandes latifundiários e especuladores imobiliários, porém é preciso ter em mente que a sobrevivência da floresta é uma questão global. 

    Somente um governo realmente comprometido com a questão ambiental poderá através de ações concretas como monitoramento extensivo das florestas, aquisição de tecnologias que ajudem os agentes de fiscalização nessa monitoria e investimento maciço em tecnologia de vigilância para reduzir de maneira eficiente os focos de queimadas. 

    Sobre a produção das “energias limpas” como alternativa para a produção de energia elétrica, o maior empecilho para sua concretização mais uma vez é a falta de empenho dos poderes estabelecidos. 

    Não há nenhuma justificativa plausível que ainda possa sustentar a construção e manutenção de hidrelétricas, pois é de conhecimento público que tanto a energia solar quanto a energia eólica são muito mais baratas e infinitamente menos agressivas a natureza, mas acontece que no mais das vezes o poder econômico fala mais alto. 

    A verdade é que as campanhas eleitorais de muitos políticos são financiadas por empresários donos de construtoras, quando o candidato se elege fica em dívida com estes empresários que como recompensa ganham contratos milionários para a construção de grandes obras públicas, cujos valores não raro são superfaturados. 

    Essa é a única razão, ainda que não declarada, pela qual as hidrelétricas são construídas e mantidas em nosso país, para pagar dívidas de campanhas. É preciso romper com esse ciclo de corrupção para que se possa garantir a sobre vivencia da floresta e consequentemente a do ser humano e demais espécies. 

    Sobre o saneamento básico é preciso dizer que para se implementar de fato um projeto de revitalização e ampliação do sistema de água e esgoto se faz necessário investimentos generosos em infraestrutura, mão de obra qualificada e tecnologias de reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos. 

    Uma vez mais a solução desse problema passa pela boa vontade dos governantes em fazer a coisa certa, em garantir que as verbas públicas destinadas para este fim realmente sejam aplicadas com inteligência.


5. Como você interpreta o ditado indígena: “Não herdamos a terra de nossos pais, mas a pegamos de empréstimo de nossos filhos”?. Qual a relação desta afirmação com o conceito de Desenvolvimento Sustentável?

    Quando se herda algo significa que se tem a propriedade do que foi herdado, porém quando se empresta algo significa que o objeto desse empréstimo não pertence a quem emprestou, ele é de propriedade de outrem e a quem emprestou compete somente cuidar daquilo que foi emprestado. 

    Assim deve ser a relação do homem com a terra, o homem precisa entender que a terra não é sua eterna propriedade e que ele não pode fazer dela o que bem entender, tem que compreender que quando ele se for outras gerações deverão se servir da terra para produzir seus alimentos. 

    Por isso o ser humano deve se servir da terra, porém jamais deverá explorá-la até esgotar os seus recursos.

6. Identifique uma ação ou projeto na sua cidade ou região que você considera sustentável e outra (o) que seja insustentável. Justifique suas respostas.

    Deve-se levar em consideração como uma ação sustentável a inciativa da empresa ANCEL, posto que trabalha com a prática de reflorestamento. Atuando á algum tempo no Amapá eles cultivam a planta eucalipto que mais tarde será extraída e servirá para a fabricação de papel. 

    Nesse tipo de ação não há exploração ilegal e predatória da natureza, uma vez que o produto extraído é resultado de um trabalho de reflorestamento. Uma prática que poder-se-ia considerar insustentável seria a extração de seixo do fundo do rio Araguari. 

    Trata-se uma prática criminosa, porém muito usual entre alguns empresários que clandestinamente extraem o seixo do fundo rio provocando assoreamento em suas margens e também destruindo o habitat natural de muitas espécies aquáticas.

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