2/01/2012

Fatores externos que implicam no resultado do aproveitamento do aluno.




São diversos os fatores, entre externos e internos, que implicam nos resultados do ensino e no aproveitamento dos alunos, por exemplo, o nível de instrução da classe docente, suas condições de trabalho; as turmas demasiadamente volumosas em espaços pequenos demais para alguma atividade que exija um pouco mais de mobilidade; o salário não muito atraente para a classe docente o que faz com que muitos professores trabalhem em diversas instituições e quase sempre em vários turnos, o que acarreta muitas vezes no esgotamento físico e mental desses profissionais que se traduz na falta de planejamento das aulas e na indisposição para lecionar.

Para muito além dos fatores internos que contribuem e influenciam o resultado do aproveitamento dos alunos, há também de se considerar os fatores externos que reforçam muitas vezes os problemas dos fatores internos, já citados. Como exemplo podemos citar o caso de pais que negligenciam o processo educacional de seus filhos, relegando á escola o papel que lhes caberia por natureza.

Outro exemplo de um fator externo que influi no aproveitamento dos alunos é o fato de que muitos estudantes vão para escola mal-alimentados, por isso não conseguem assistir a aula com atenção necessária e de modo satisfatório, de maneira que possam absorver o conteúdo ensinado pelos professores. Esses mesmos estudantes que se alimentam mal, também dormem mal, em condições precárias para se viver decentemente.

Alguns desses estudantes trabalham fora, para contribuir na escassa renda familiar, quando não, trabalham em casa mesmo, nos afazeres domésticos, cuidando muitas vezes dos irmãos mais novos e quase não têm tempo para fazer o dever de casa e quando lhes sobra algum tempo disponível já estão esgotados pelo cansaço do trabalho cotidiano. Eles não têm em casa um ambiente que favoreça o aprendizado, o acesso à cultura letrada, o apego ao conhecimento, pois não há quem os oriente nesse sentido.

Em linhas gerais, se tratam de estudantes sem auto-estima e totalmente desmotivados, que não recebem nenhuma ajuda financeira ou afetiva de sua família e que concebem a escola, muitas vezes, como único lugar aonde podem fazer uma refeição decentemente. Essas não são influências positivas para que se alcance o aprendizado.

É problemático tentar melhorar a qualidade de ensino sem antes olhar para a estrutura desigual de uma sociedade em que poucos têm muito e muitos têm pouco, ou quase nada. Para haver melhoria na qualidade de ensino tem que haver primeiramente melhoria na qualidade da aprendizagem, e isso vai muito além dos muros da escola, passa uma revisão de projetos sociais e assistencialistas que dê a estudantes o suporte necessário para os estudantes se tornarem, de fato, os verdadeiros sujeitos do conhecimento.

  É necessário que os docentes e estudantes tenham condições para ensinar e para aprender. Aqueles precisam ter uma prática pedagógica eficiente e de qualidade e estes para que tenham, sempre, contrabalançadas as necessidades advindas da deficiência alimentar, emocional, artística, de estímulo e apoio familiar, para que possam dar resultados satisfatórios em seu processo de aprendizagem.

 Às vezes o mau resultado dos alunos na escola, não significa necessariamente que o ensino a eles ministrado seja de má qualidade. Seria um erro crasso colocar toda culpa disso apenas nos ombros da escola e dos professores, pois já sabemos que existem fatores preponderantes e que fogem a alçada da escola e até mesmo dos órgãos públicos que cuidam da educação.

As autoridades públicas precisam valorizar os profissionais da educação, e não se trata somente de professores, mas de todos que compõe a escola, dando-lhes salários mais condizentes com a importância de seus trabalhos. Uma educação de qualidade não faz distinção entre ricos e pobres, negros e brancos, homens e mulheres. Uma escola de qualidade pode ser pensada em termos de uma visão para além do próprio sistema educacional.