2/28/2010

Resenha Critica do livro Tarzan - minhoca

ASSUMÇÃO, Jéferson, Tarzan – minhoca, CDL- difusão cultural do livro. Abril de 2006, São Paulo – SP. 47 páginas. Preço: R$ 14, 90.

    O Tarzan – minhoca é um livro escrito por Jéferson Assunção. Se trata de uma obra literária que nos ajuda a entender e até mesmo a nos sensibilizar com a problemática do não enquadramento de muitos alunos para os requisitos da educação física. O protagonista da história que tem por nome Jairo e cujo apelido é Tarzan – minhoca (titulo do livro) é um adolescente sem qualquer aptidão para os esportes, seu corpo franzino e o seu gosto por geografia vão de encontro ás imposições de sua professora e ao gosto de grande parte de sua turma, o que causa a sua marginalização dentro do ambiente escolar.

    Pode-se dizer que o apelido Tarzan – minhoca é na verdade uma ironia, uma vez que nos remete ao herói dos desenhos animados conhecido pela sua força e habilidade em subir e descer de arvores, neste sentido o garoto Jairo é o reverso dos padrões para as praticas esportivas, não servindo, portanto para tal e por esse motivo sendo o objeto de chacota de sua turma. Já o termo minhoca é uma referência depreciativa do tipo físico de Jairo que nas palavras do próprio narrador era “muito magricela”.

    O foco narrativo do livro é constituído por um narrador que narra os fatos em terceira pessoa e que tem conhecimento de tudo e de todos. O livro soma 48 paginas acompanhada de ilustrações que contam uma historia repleta de significados e de uma importante denuncia de como agem a escola e alguns educadores mediante o problema de alunos que tem dificuldade de se enquadrar em determinadas disciplinas, neste caso, a educação física

    O jovem Jairo que vivia sempre as voltas com a embaraçosa situação de ter que praticar educação física todas as quartas – feiras, matéria ao qual ele não tinha a menor afinidade, se encontrou em uma situação mais embaraçosa ainda. Após ter apanhado de seus colegas (Alberto e Pedro) e ter passado por grande constrangimento diante da sua turma, teve ainda que encarar sua mãe e seu pai que certamente não ficariam nada felizes com o ocorrido.

    Depois de ter contado o acontecido a sua mãe, ele procurou ficar mais calmo e durante a noite quando Jairo dormia sua mãe contou ao pai de Jairo o que havia ocorrido. No sábado pela manhã o pai de Jairo o levou ao parque onde tiveram a oportunidade de conversar sobre o que havia acontecido no colégio. Depois dessa conversa franca Jairo passou a entender que não precisava ter vergonha de seu corpo e nem de quem ele era, mas devia se orgulhar de ser inteligente e diferente de seus demais colegas. A partir de então Jairo passou a ter orgulho de sim mesmo e de suas habilidades que não eram as mesmas de seus amigos.

    Tarzan – minhoca é um livro que nos traz um sentimento de revolta e de ternura ao mesmo tempo em que faz uma denuncia contundente de como age o sistema educacional em determinadas situações. O fato é que o garoto Jairo personificando muitos adolescentes que não conseguem se enquadrar em determinadas disciplinas encontrou uma saída para os seus problemas a partir do dialogo sério e franco, a sugestão deixada pelo livro acredita-se ser essa que os educadores, pais e a direção escolar possam enfrentar os seus problemas por meio do dialogo, do entendimento de ambas as partes e que acima de tudo possa haver compreensão dos pontos de vista e assim serão resolvidos os problemas de muitos Tarzan - minhocas” espalhados em muitas escolas. Enquanto houver professores e escolas que desprezem essas pessoas o livro Tarzan – minhoca sempre será uma leitura útil e orientadora para todos que buscam uma educação justa e melhor para todos.

12/19/2009

Análise do livro Cântico dos Cânticos



    O Cântico dos cânticos não é tão-somente um poema que fala de amor. Na verdade ele traz em seu texto a atmosfera que o circunda, quer dizer o universo palpável, que o eu-poético utiliza como alegoria da sua própria paixão. Se trata das plantas, dos animais e de toda a geografia e cultura que pode vir a ser usada como metáfora da relação do amado (homem) e da amada(mulher). 

    A comunicação que se estabelece no poema depende desse mundo que o amado tem construído e este mundo que é na verdade uma idealização é constituído de elementos admiráveis, palpáveis, comestíveis e aromáticos. este universo chega até mesmo a confundir-se com o amado e a amada por conta da relação comparativa criada a partir da metáfora.

    De acordo com Alter e kermond" o amante é a representação de um mundo idealizado, do qual se deve tomar posse. Este amante é um mortal e dessa maneira se vê sobressaltado por um sentimento de ansiedade, que durante toda a narrativa poética o faz buscar inquietantemente o amor de sua amada".

    As vozes do amado e da amada se caracterizam no texto pela coerência e consistência que se reportam a uma mesma pessoa, e que é na verdade o poeta. Este poeta transporta para a amada a materialização de seus desejos, pois a compara com elementos naturais que se estabelecem como imagens românticas e mais enfáticas do que as tradicionais declarações de amor, já que se trata de uma voz que se faz ouvir por intermédio de um chamamento humano e universal que se traduz na sua própria presença e desejo.

    Se faz necessário interpretar O cântico dos cânticos a partir de uma perspectiva imagética, já que o poema se estabelece em uma relação metafórica intrínseca e que é a base essencial de seu pleno entendimento. O poema é aclamado tanto pelo apelo sexual quanto pela intelectualidade de sua construção lírica. Cântico dos Cânticos é um poema encantador na medida em que apresenta uma qualidade musical inconfundível e um universo imaginativo que se configura em um verdadeiro retrato de um mundo completamente idealizado pelo poeta e que chega a traduzir-se na própria idealização de quem o lê, na sua acepção de mundo, ou seja, no seu próprio devaneio.




11/16/2009

confusão gentilíca


    Somos “brasileiros” e não brasilianos, sabe por quê? Por causa dos primeiros trabalhadores do país.
 
    Nosso idioma dispõe de vários sufixos para obter o mesmo resultado. Não existe um padrão que determine, por exemplo, qual sufixo usar nos adjetivos gentílicos, que são aqueles que designam um povo.
 
    No nosso caso pode-se usar tanto “-ano”, quanto “ense” ou ainda “-ês”... A seleção se estabelece aleatoriamente. Apesar de não existir uma lógica especifica a seguir, a definição de alguns desses sufixos escondem historias bem curiosas.

    É o caso do adjetivo brasileiro com o sufixo “-eiro” que é muito usado para identificar profissão ou atividade.

    Por exemplo: jornaleiro, cabelereiro e etc. Isto é um fato que explica porque os nascidos em nosso país não são “brasilianos” ou “brasilienses” e sim “Brasileiros” é porque essa era a denominação daqueles que trabalhavam aqui, no século XVI, na extração do pau-brasil.