11/23/2016

Se uma criança numa manhã de verão

Estou muito grato pela boa indicação de leitura feita pela minha amiga, professora Adriana, que a algumas semanas atrás me emprestou o livro Se uma Criança Numa Manhã de Verão: Carta ao meu filho sobre o amor pelos livros, do Romancista e critico literário italiano Roberto Cotroneo. Depois de ter lido esse livro maravilhoso, fico imaginando que grande critico literário dever ser Cotroneo, pois escreveu um livro simples, mas que respondeu a muitas dúvidas que eu mesmo tinha a respeito da literatura.

Se uma Criança Numa Manhã de Verão é uma carta de Cotroneo endereçada ao seu filho Francesco, de apenas dois anos, onde ele relata a sua paixão pela literatura e prova que ela não é algo que deva ser posto em pedestais, muito pelo contrário, precisa estar cada vez mais próxima do leitor comum. Roberto Cotroneo enxerga a literatura como a possibilidade de descoberta do mundo. 

Abaixo tem um trecho escolhido por mim.

“Haverá algum joyceano, em Dudlin, que não tenha, pelo menos por um momento, acreditado poder encontrar na rua alguém com a cara de Stephen Dedalus? E haverá alguma criança que, numa noite de verão na qual o sono custa chegar, não tenha imaginado ver no céu o veleiro de Peter Pan? Quero ensinar-lhe a ver esse veleiro, quero escrever este livro para contar-lhe que até os livros sérios, até os livros dos adultos, até os livros difíceis não passam de veleiros disfarçados, e que possuem o mesmo encantamento do barco movido a pó dourado de Peter Pan. E preste atenção, Francesco, não se esqueça disto: confie em quem gosta de ler, confie naquele que sempre traz no bolso um livro de poesias. Olhe com desconfiança para os que afirmam não ter tempo, que dizem achar a literatura uma coisa bonita, que na juventude ainda dá para ler, mas que depois... São todos uns mentirosos, não dão a mínima, e mentem sabendo que estão mentindo”.

(Roberto Cotroneo, IN Se uma Criança Numa Manhã de Verão)

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